Um mês após ouro olímpico, Ítalo Ferreira enaltece conexão com Baía Formosa e mira bi mundial
10:30 29/08/2021
De malas prontas para a Califórnia, palco da final do Mundial, surfista potiguar fala sobre mudança após conquista em Tóquio e destaca família como ‘combustível’ para se manter no topo
O campeão olímpico Ítalo Ferreira não para. Literalmente. Quando está em casa, em Baía Formosa, é difícil encontrá-lo fora do mar. Mesmo “espiando” de longe as ondas que estavam entrando em uma tarde nublada, abriu uma exceção para receber a reportagem da Inter TV Cabugi e do ge para um papo mais tranquilo depois de toda a euforia da conquista do ouro nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 (confira a íntegra no vídeo abaixo), há um mês. A vida mudou, obviamente, o assédio de fãs e imprensa aumentou, o número de seguidores nas redes sociais praticamente triplicou, mas ele segue o mesmo surfista disciplinado, obstinado e cheio de energia.
– De diferente, agora, sem dúvida é o reconhecimento das pessoas, o carinho de todo mundo. Isso é incrível. Eu fico muito satisfeito com tudo que eu fiz. Foi algo bem grande para mim como pessoa e atleta, e acaba que consegue atingir outras pessoas. Isso serve de inspiração para novos talentos, para pessoas que acreditam no esporte – falou.
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Emmily Virgílo entrevista o campeão olímpico Ítalo Ferreira
Ítalo Ferreira em Baía Formosa — Foto: Augusto César Gomes
O foco agora é a etapa final do Circuito Mundial. Está de malas prontas para encarar as ondas de Lower Trestles, em San Clemente, na Califórnia. A decisão do título será entre os dias 9 e 17 de setembro. “É onde começa a brincadeira de verdade”, como frisou na entrevista. No quintal de casa, em BF, aprimora a parte física e os aéreos (como este do vídeo abaixo) para brigar pelo bicampeonato mundial.https://www.instagram.com/p/CTFGjvlgo7u/embed/captioned/?cr=1&v=12
O inédito WSL Finals começa com um duelo entre o quarto e quinto colocados no ranking, o norte-americano Conner Coffin e o australiano Morgan Cibilic, respectivamente. Gabriel Medina, Ítalo Ferreira e Filipe Toledo, encabeçam o ranking e serão os últimos a entrar no sistema mata-mata da competição.https://imasdk.googleapis.com/js/core/bridge3.477.1_pt_br.html#goog_1651633084–:–/–:–
Ítalo Ferreira conta o que mudou após a conquista do ouro olímpico
Quem passar do primeiro confronto enfrenta Filipe Toledo e o vencedor vai disputar com Ítalo Ferreira a vaga para a decisão do título com Gabriel Medina em uma melhor de três baterias.
– Estou me preparando para a final na Califórnia. Tenho alguns dias para ajustar os equipamentos, e me preparar fisicamente e mentalmente. É um lugar que faz bastante tempo que não volto, mas que a onda é muito boa e encaixa no meu surfe, tanto na parte de explosão como um pouco mais dinâmico, com os aéreos. É estar bem preparado para qualquer dia, porque eles só precisam de um dia para finalizar o evento. É aquele dia que eu vou precisar fazer o meu melhor para trazer mais um título – declarou.
Ítalo Ferreira e o mar de Baía Formosa — Foto: Augusto César Gomeshttps://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Questionado se o campeão mundial será brasileiro mais uma vez, não titubeou:
– Sem dúvida. Os três primeiros são os favoritos – cravou.
Ítalo Ferreira em casa — Foto: Augusto César Gomes
A ligação com Baía Formosa é especial e já foi exaltada em vários momentos. Ele sempre faz questão de voltar para casa quando a agenda permite. Fez isto, inclusive, após a conquista do ouro olímpico e, assim que chegou à cidade, caiu na água. Nesta semana, um dia após a entrevista ao ge, fez praticamente um “bate-volta” a São Paulo para compromissos com patrocinadores. Antes de embarcar para a Califórnia, uma nova parada no refúgio, no aconchego da família, mais surfe
– Minha família é meu combustível. Por isso que volto para Baía Formosa sempre – se derrete.
– Quando estou em campeonato, fico um pouco mais calmo, concentrado só em ganhar o campeonato. Mas, realmente, quando estou em casa, tento aproveitar o máximo. Se eu dormir uma hora a mais, eu penso ‘podia estar bom o mar’. Depois da final, vou ter três meses de férias, e vão ser três meses aqui em Baía Formosa. É um lugar abençoado – completou.
Em uma rede social, nesta sexta-feira, o surfista também reforçou o carinho por BF.https://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
– Sou muito grato por tudo que eu estou vivendo nas minhas passagens por Baía Formosa. Tínhamos muito pouco, mas sempre me ensinou a querer mais, buscar crescer, evoluir e ir atrás dos meus sonhos. Acreditar que é possível sempre será o meu foco. Eu tenho um carinho enorme pelas pessoas, pelo lugar mágico que é, pelas ondas que tem, a vibe, encanto das praias e da natureza que reina aqui – publicou.
Os “parças” de Ítalo
Ítalo vive cercado de amigos e a “resenha” nas redes sociais poderia virar um Big Brother Brasil. Os fieis escudeiros, que já haviam ganhado destaque no programa “Parque do Ítalo”, do Canal Off, são fundamentais na trajetória do campeão, que se diz mais leve quando viaja pelo mundo para as etapas do tour.
– Só tenho amigo doido. Eu sou doido, mas eles são piores. Mas eles me fazem muito bem. Quando eu entrei no Circuito Mundial, eu tinha um técnico, tinha um cara que me filmava. E chegou um momento que isso virou um saco. Eu não queria aquilo. Eu queria que aquele ambiente virasse minha casa. Agora viajo com meus amigos, estou sempre sorrindo, surfando sem obrigação. Tenho eles justamente para que saia um pouco da bolha da pressão. Me cobro bastante, acabo treinando o dobro e os resultados acontecem. Mas eu gosto de ter eles para dar uma ‘quebrada nesse gelo’ e a gente aproveitar um pouco mais a vida – contou.
Ítalo Ferreira e o fiel escudeiro Buxexa, amigo de infância — Foto: Augusto César Gomeshttps://tpc.googlesyndication.com/safeframe/1-0-38/html/container.html
Ítalo também falou sobre a parceria com Jadson André, que foi uma de suas referências no início da carreira. Em 2022, Jadson será o mais experiente entre os brasileiros na elite da WSL.
– Eu gosto muito dele. Viajei com ele no meu primeiro ano de circuito. Ele me deu várias dicas nas etapas, de posicionamento nas ondas, de prancha. A gente veio criando um relacionamento grande. É um dos melhores amigos no tour. Se eu fechar o olho e falar, ‘é o Jadson’. Não tem outro. O Jaddy é um dos únicos caras que eu converso no Circuito Mundial. Estou com ele o tempo inteiro.
Jadson André e Italo Ferreira em 2015: parceria no Circuito Mundial — Foto: Jocaff Souza/GloboEsporte.com
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