Infográfico explica lesão e cirurgia de homem atingido por aparelho em academia
9:09 08/08/2023
Regilânio da Silva Inácio, de 42 anos, teve um deslocamento de vértebras provocado pelo peso de 150 kg
Regilânio da Silva Inácio, de 42 anos, sofreu o mais grave tipo de lesão na coluna vertebral: uma listese. Trata-se de um deslocamento das vértebras, o que provoca fortes dores e compromete a medula espinhal, podendo resultar na perda de movimentos. O motorista de aplicativo se lesionou na sexta-feira quando foi atingido por um aparelho de musculação, no município cearense de Juazeiro do Norte. Ele passou por uma cirurgia e tem menos de 1% de chance de voltar a andar.
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O peso do aparelho, que estava com carga de 150 kg, caiu sobre as costas de Regilânio. O resultado foi uma lesão entre as vértebras T12 (fim da parte torácica) e L1 (início da parte lombar). A vértebra inferior (L1) se deslocou para trás em relação à vértebra superior (T12).
O paciente passou por um procedimento cirúrgico neste sábado para realinhamento e estabilização da coluna vertebral. A cirurgia – convencional para este tipo de lesão, e não específica para este caso – consiste na colocação de placa e parafusos metálicos de titânio na área fraturada.
Além da haste encaixada na parte posterior da coluna vertebral, a cirurgia colocou 12 parafusos nas vértebras de Regilânio, conforme relatou Maria das Dores da Silva Inácio, irmã de Regilanio, em entrevista ao GLOBO.
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Coordenador de Neurocirurgia do Hospital Santo Antônio, de Juazeiro do Norte, o médico João Ananias descreveu como é o tratamento genérico para este tipo de fratura.
— O objetivo deste tipo de cirurgia é estabilizar, porque do jeito que estava, ele não poderia nem sentar, porque havia um deslocamento vertebral. Então você pega três vértebras acima e três vértebras abaixo e coloca parafusos e uma haste, uma placa que fica fixando, e torna aquele segmento rígido — explicou Ananias.
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Prognóstico neurológico
A cirurgia pela qual passou Regilânio estabiliza a coluna vertebral. No entanto, ela não muda o prognóstico neurológico.
— Entre essas duas vértebras passa a medula espinhal. A medula foi lesionada, a gente quanto a isso não tem o que fazer. Então o objetivo dessa cirurgia é essencialmente estabilização a parte óssea — disse Ananias.
O neurocirurgião José Correia Júnior, que participou da cirurgia, disse ao GLOBO que ainda é prematuro saber se haverá regeneração da medula.
— Saberemos em até 90 dias, nesse prazo podemos afirmar alguma coisa. Neste momento, ainda é precoce avaliar, mas é um nível de lesão bem grave mesmo — afirmou Júnior.
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A família de Regilânio está ciente da gravidade da lesão. A possibilidade de o paciente voltar a andar é de menos de 1%.https://75ff856cfb34fa62336edae6c1dd4a66.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-40/html/container.html
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Homem é atingido por aparelho em academia e sofre grave lesão na coluna
— Foi comunicado a família todos os detalhes e prognósticos em relação ao tipo de fratura e em relação ao tipo de acometimento neurológico do paciente, desde a admissão — acrescentou.
Em entrevista ao GLOBO, Maria das Dores da Silva Inácio, irmã de Regilânio, relatou a forma como o paciente recebeu a notícia sobre sua possibilidade de voltar a caminhar normalmente.
— Ele já sabe qual é a chance dele. Os médicos contaram antes da cirurgia, quando tivemos que assinar um termo, eles tiveram que contar a chance de andar. Aí você imagina: se a gente ficou arrasado, imagina ele, um rapaz que trabalha, tem a vida ativa, vai para a academia, é motorista. É muito difícil esse momento — disse Maria das Dores.
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Júnior esteve com o paciente na manhã deste domingo. Regilânio está consciente, conversando e se alimentou. Os próximos passos são a recuperação pós-cirúrgica e a reabilitação, com acompanhamento psicológico.
— Agora o fundamental é ele começar a sentar, a fazer fisioterapia, usar os mecanismos de bombeamento dos membros inferiores para iniciar as movimentações de maneira que o corpo, mesmo passivamente, inicie a movimentação. O corpo é feito para estar em movimento, em mudança de decúbito constante: sentado, em pé, deitado. Então quanto maior essa recuperação multiprofissional, com fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, depois evoluir para hidroterapia, melhor. Uma reabilitação de no mínimo uns seis meses — explicou Júnior.https://75ff856cfb34fa62336edae6c1dd4a66.safeframe.googlesyndication.com/safeframe/1-0-40/html/container.html
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Maria das Dores passou a noite com o irmão no hospital onde Regilânio se recupera de uma lesão grave na coluna. O motorista descansava entre uma série e outra de exercícios quando a máquina com uma carga de 150 kg caiu sobre suas costas. O homem teve um deslocamento de vértebras e comprometimento das ligações nervosas. Ele não sente os membros inferiores.
— Ele está estável, o quadro não é fácil, por conta da lesão, que é muito grave. Está sentindo muitas dores. Ele passou a noite bem, por conta da anestesia da cirurgia, mas hoje reclamou de dores. O médico disse que é normal, pois passou por uma cirurgia difícil, demorada, perdeu muito sangue — explicou Maria das Dores.
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O motorista se lesionou na Academia 220 FIT. Em nota, o estabelecimento afirmou que “de forma acidental, a máquina soltou-se caindo sobre o aluno”.
“O aparelho em questão se encontrava em perfeito estado de funcionamento, visto que, a máquina foi adquirida a menos de 60 dias. Salientamos que, são efetuadas manutenções periódicas em todos os maquinários”, informou a academia.
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