Denise Fraga: “A arte serve para livrar a gente da mediocridade dos dias” – 13/12/22
21:15 13/12/2022
Com 30 anos de uma carreira bem-sucedida e cheia de papéis marcantes, Denise Fraga nutre uma paixão do tipo arrebatadora pelo ofício. Comediante das mais inteligentes, ela leva o humor como missão de vida e, em suas obras, busca encaixar reflexões mais profundas sobre o mundo entre uma graça e outra. Aliás, ouvir e prestigiar uma artista como ela é ter certeza de sair dali com, pelo menos, uma ou duas lições de vida. “O que me deixa feliz é quando consigo divertir alguém, ao mesmo tempo que faço essa pessoa voltar para casa com uma trouxinha de reflexão, uma lembrancinha da peça, uma pulga atrás da orelha, que é assunto para pizza”, diz ela a Quem.
Em um papo de duas horas, por chamada de vídeo, Denise reflete várias vezes sobre o amor à arte e a plena certeza que tem da importância dela em dar brilho à vida cotidiana, afirmando sem titubear: “A arte serve para livrar a gente da mediocridade dos dias”. Ela ainda reflete: “Quando você está sofrendo, não vai deixar de sofrer, mas se você tem aquela música do Chico [Buarque], você continua chorando, mas se você puder cantar a música do Chico enquanto você sofre, de alguma maneira, você embeleza o teu sofrimento.”
Aos 57 anos, ativa e curiosa como sempre foi, Denise é também voz contra o etarismo e os estereótipos associados ao envelhecimento, principalmente da mulher. “Eu sou o que sou e eu não me sinto velha. É louco isso, né? Ninguém contou para a gente que assim seria. Quando eu pensava em mim com 57, pensava em mim numa cadeirinha, talvez escrevendo ou lendo… E estou com 57 dançando!”, conta ela, aos risos. “Estou envelhecendo porque não morri. Estou aqui! Tenho essa felicidade de poder envelhecer e ter histórias para contar e promover encontros. Agora faço uma roda de samba! Quero cantar samba, falei que quero envelhecer cantando, sou tão feliz quando eu canto e danço!”, completa.
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