Campo Grande teve em 2018 menor número de dengue em 4 anos
13:11 03/01/2019
Em 2018, Campo Grande registrou o menor número de casos notificados de Dengue dos últimos quatro anos. O saldo positivo é reflexo do trabalho de planejamento e estratégias adotadas pela Secretaria Municipal de Saúde (SESAU) no combate ao mosquito Aedes aegypti ao longo dos últimos dois anos.
De acordo com a série histórica extraída do boletim epidemiológico da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais (CCEV), de janeiro a dezembro de 2015, foram notificados 14.450 casos da doença. No mesmo período de 2016, foram 28.469 notificações, enquanto que em 2017 foram 3.190 casos. Em 2018 o número de notificações reduziu para 2.374.
Para o secretário Marcelo Vilela apesar do saldo positivo é necessário que todos estejam conscientes e façam sua parte no controle e combate do mosquito, principalmente nessa época do ano onde os cuidados devem ser redobrados.
“A instabilidade climática proporciona um aumento natural na proliferação do mosquito, que é potencializado pelo descarte ou armazenamento inadequado de materiais acumuladores de água e, consequentemente, traz riscos à população. Por isso é preciso que todos nós estejamos envolvidos nesta causa. Não adianta somente o Poder Público fazer a sua parte se a população não colaborar”, disse.
Áreas em risco
Conforme os dados do Levantamento Rápido de Infestação do Aedes aegypti (LiRAa) divulgado em novembro do ano passado, 27 áreas apresentaram índices superiores a 3,6% de infestação.
A área mais crítica é da UBSF Paradiso que abrange os bairros Monte Castelo, Seminário e Vila Nossa Senhora das Graças, com Índice de Infestação Predial (IPP) de 9%. Em maio, o IPP da área era menor que 2%, o que representa um aumento de mais de 6%.
As áreas das UBSFs Jardim Azaleia e Alves Pereira apresentam índice de 8.1%, seguidas da UBS Mata do Jacinto e UBSF Vila Fernanda com 6.7%, UBSs Universitário e Caiçara com 6.6%.
O levantamento revela ainda que 15,32% dos focos do mosquito foram encontrados em baldes, 14,74% em pneus, 11,56% em latas, 7,37% em tambor, 5,78% em caixas d’água e 5,35% em vasos de plantas.
Ações
Para conscientizar a população, a SESAU intensificou desde o início do ano as ações educativas. Foram realizadas diversas palestras em escolas com alunos e professores, blitzes educativas em ruas e avenidas da Capital com entrega de material informativo.
Para este ano, a SESAU deve redobrar as ações e focar no trabalho de fiscalização e vistoria de casas e terrenos baldios, além de contar com a colaboração da sociedade.
Estratégias
A redução no números de casos notificados de dengue se deu por conta de várias estratégias adotadas que foram bem sucedidas. A primeira medida da gestão foi intensificar as ações de educação em saúde, com o lançamento da campanha “Operação Mosquito Zero: É matar ou morrer”, em março do ano passado.
A iniciativa que surgiu de uma parceria da prefeitura com a Câmara Municipal de Campo Grande e a Caixa de Assistência dos Servidores do Mato Grosso do Sul (CASSEMS), teve por objetivo reforçar a mobilização social para a prevenção, que é uma das principais ações na diminuição dos focos do Aedes aegypti, contribuindo assim para a redução no número de casos não só da dengue, mas também da zika e chikungunya.
Cidade Limpa
No início de 2017, a SESAU desenvolveu o projeto “Cidade Limpa”, para recolhimento de resíduos de grande volume. Uma iniciativa inédita com parceria das secretarias de Meio Ambiente e Gestão Urbana (Semadur), Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep) e Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano (Planurb).
Mais de 30 toneladas de lixo foram recolhidas nas duas edições do projeto nos bairros Jardim Noroeste, Cidade Morena e Nova Capital e recentemente no Jardim Botafogo, regiões com maiores índices de infestação do mosquito Aedes Aegypti.
Fumacê
Diariamente, três equipes da Coordenadoria de Controle de Endemias Vetoriais (CCEV) realizam a borrifação de inseticida a Ultra Baixo Volume Pesado (UBV) – popularmente conhecido como fumacê – nas sete regiões urbanas de Campo Grande, como complemento ao trabalho realizado pelos agentes de campo.
A orientação à população é para abrir portas e janelas quando o veículo passar pela rua. Assim, as gotículas do inseticida chegarão até o interior da residência, onde normalmente o Aedes aegypti se abriga.
A aplicação do inseticida visa atingir, principalmente, as fêmeas do mosquito causador das doenças, mas é possível que outras espécies de insetos sejam atingidas e, por isso, a utilização deste método de aplicação deve ocorrer de forma criteriosa.
Via Correio do Estado
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