Resumo das Olimpíadas: Fadinha de prata e vitórias no surfe
13:16 26/07/2021
Rayssa Leal encanta o Brasil com medalha histórica no skate, Gabriel Medina e Ítalo Ferreira brilham nas ondas, e americanos assumem a liderança do quadro de medalhas pela primeira vez na Tóquio 2020
A madrugada desta segunda-feira vai ficar marcada na memória de milhões de brasileiros, especialmente de jovens meninas por todo o país. O país testemunhou a magia de uma “fadinha” de apenas 13 anos produzir uma medalha de prata, a segunda do Brasil nas Olimpíadas de Tóquio 2020. Rayssa Leal é seu nome, e um skate foi sua varinha de condão.
Rayssa Leal, a “Fadinha”, abre o sorrisão e exibe a medalha de prata no skate street — Foto: André Durão
Mas Rayssa não foi a única a fazer mágica no Japão nesta segunda, muito menos a única brasileira. Nos mares da capital japonesa, Gabriel Medina e Ítalo Ferreira voaram com suas pranchas para seguir às quartas de final do surfe, assim como Silvana Lima. Nas quadras de basquete, o esloveno Luka Doncic, muitas vezes chamado de “Luka Magic”, fez chover sobre os argentinos num ginásio fechado.
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Prata histórica para a “Fadinha”
Quem poderia imaginar que aquela menina vestida de fada fazendo truques com um skate em Imperatriz-MA, que “viralizou” nas redes sociais há seis anos, se tornaria a medalhista olímpica mais jovem da história do Brasil? O encanto lançado por Rayssa Leal enfeitiçou o país, que passou as primeiras horas de segunda-feira torcendo pela “Fadinha”. Com a tranquilidade de uma veterana e uma performance irrepreensível na final, a maranhense conquistou a segunda prata do skate brasileiro e a terceira medalha do país em Tóquio.
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Suas companheiras no pódio foram duas outras adolescentes, ambas japonesas: Mojimi Nishiya, também de 13 anos, levou o ouro, e Funa Nakayama, de 16, ficou com o bronze. As outras duas brasileiras da competição, Pâmela Rosa e Letícia Bufoni, não confirmaram o favoritismo e nem sequer foram à final, terminando em 10º e nono lugar, respectivamente. Após a eliminação, Pâmela revelou uma lesão séria no tornozelo que a impediu de ter seu melhor desempenho.
Surfe brasileiros segue às quartas
No outro esporte radical estreante em Olimpíadas, o Brasil segue firme na disputa de medalhas. No masculino, Ítalo Ferreira e Gabriel Medina venceram suas baterias e garantiram vagas nas quartas de final. Atual campeão mundial, Ítalo foi quem teve a vitória mais tranquila, contra o neozelandês Billy Stairmand. Líder do ranking, Medina teve uma bateria acirrada contra o antigo rival Julian Wilson, mas virou no final com um de seus aéreos espetaculares e venceu por 14.33 a 13.00.
Gabriel Medina voa em uma onda vencedora na bateria contra Julian Wilson — Foto: Olivier Morin/Getty Images
No feminino, Silvana Lima também segue viva após bater a portuguesa Teresa Bonvalot. Nas quartas de final, contudo, a cearense terá uma pedreira pela frente: a tetracampeã mundial e número 1 do ranking Carissa Moore. Tatiana Weston-Webb, outra brasileira no torneio, acabou eliminada pela japonesa Amuro Tsuzuki.
Alguns favoritos também deram adeus às ondas de Tóquio nesta segunda: a lendária australiana Stephanie Gilmore e a a francesa Johanne Defay, e o americano John John Florence.
Quem segura Luka Doncic?
A magia também esteve presente na arena de Saitama, onde são disputados os jogos do torneio de basquete. O armador Luka Doncic, astro do Dallas Mavericks da NBA, acabou com o jogo contra a Argentina, atual vice-campeã mundial. A Eslovênia chegou a colocar 30 pontos de vantagem e venceu os sul-americanos por 118 a 100. Doncic liderou a expressiva vitória com 48 pontos, segunda maior pontuação individual na história do basquete olímpico, apenas sete a menos que os 55 marcados por Oscar Schmidt em Seul 1988.
Luka Doncic busca o rebote na vitória da Eslovênia sobre a Argentina — Foto: Gregory Shamus / Getty Images
EUA assumem a liderança do quadro de medalhas pela primeira vez
O que não é mágica é o domínio americanos nos esportes olímpicos. No terceiro dia oficial de competições, o país mais vitorioso da história dos Jogos Olímpicos assumiu a liderança no quadro de medalhas pela primeira vez. Os dois ouros no tiro esportivo (Vincent Hancock no masculino e Amber English no feminino) e mais um ouros na natação (revezamento 4x100m masculino), levaram o total dos Estados Unidos a sete, momentaneamente à frente de China e Japão (seis cada).
Americanos comemoram medalha de ouro no revezamento 4x100m masculino — Foto: REUTERS
Isso deve mudar ainda na manhã desta segunda, porém: China e Japão disputam a final das duplas mistas no tênis de mesa, e os chineses têm mais medalhas no total do que os Estados Unidos até a publicação deste resumo. Além disso, os japoneses têm boas chances de ouro no judô peso-leve e um representante na semifinal do florete masculino, e a China tem representante na final do levantamento de peso até 55kg feminino. Os três países estão na final da ginástica artística por equipes masculinas.
Hegemonia americana nas águas
Se os EUA tomaram a ponta no quadro de medalhas, grande parte disso foi o desempenho do revezamento 4x100m masculino, que superaram por pouco a Itália (prata) e a Austrália (bronze) na piscina. Foi o 10º ouro americano na prova, hegemonia que começou justamente em Tóquio 1964. O Brasil, que tem tradição no revezamento, terminou com um decepcionante oitavo lugar.
Ariarne Titmus comemora vitória sobre Katie Ledecky — Foto: REUTERS
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A liderança dos Estados Unidos poderia estar melhor consolidada não fosse uma “zebra” nos 400m livre feminino: Katie Ledecky perdeu uma final olímpica pela primeira vez em três Jogos, superada pela australiana Ariarne Titmus. Nos 100m peito masculino, deu a lógica: vitória do britânico Adam Peaty. O Brasil teve pelo menos um motivo para comemorar no Centro Aquático de Tóquio: Fernando Scheffer faz o oitavo melhor tempo e se classificou à final nos 200m livre, prova em que Gustavo Borges fez história com a prata em Atlanta 1996.
Derrotas no handebol e no judô
A seleção brasileira de handebol masculino sofreu seu segundo revés em Tóquio nesta madrugada. A equipe começou mal, se recuperou, mas acabou derrotada pela França por 34 a 29.
No dia seguinte ao bronze de Daniel Cargnin, o peso-leve Eduardo Barbosa não passou da primeira fase no judô. Ele foi finalizado pelo francês Guillaume Chaine no ponto de ouro logo na primeira luta e deu adeus à competição.
Avancini faz melhor resultado do Brasil no mountain bike
O brasileiro Henrique Avancini fez bonito na final do ciclismo de estrada. Ele chegou a liderar o pelotão por uma volta e terminou a prova em 13º lugar, melhor resultado do Brasil no mountain bike na história das Olimpíadas. Segundo brasileiro na prova, Luiz Henrique Cocuzzi terminou a prova na 27ª posição.
Favoritos do tênis seguem embalados
Grande estrela do país-sede, a tenista Naomi Osaka conquistou sua segunda vitória no tênis feminino em Tóquio. A número 2 do ranking mundial despachou a suíça Viktorija Golubic por 2 sets a 0 (6/3 e 6/2) e justificou seu favoritismo no torneio. Ela está agora nas oitavas de final.
Naomi Osaka garantiu vaga nas oitavas de final da Tóquio 2020 — Foto: Getty Images
O mesmo pode ser dito de Nova Djokovic. O sérvio líder do ranking masculino passou sem dificuldades pelo alemão Jan-Lennard Struff por 2 a 0, parciais de 6/4 e 6/3.
Robert Scheidt subindo
Na busca de sua sexta medalha olímpica, o veterano Robert Scheidt teve um bom dia na vela. Ele acumulou um décimo e um quarto lugar nas disputas do dia em Enoshima, e saltou ao oitavo lugar geral na classe Laser após três regatas.
Casos de Covid-19 ultrapassam 150
Os casos de Covid-19 seguem subindo nas Olimpíadas. O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos 2020 divulgou 16 novos casos na manhã desta segunda, sendo três deles de atletas. Segundo a organização, nenhum desses atletas estava na Vila Olímpica. O total de casos positivos do novo coronavírus já chega a 153.
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