Capital investe na agricultura familiar para produção de mandioca
12:26 23/11/2019
Com objetivo de despertar os produtores da agricultura familiar quanto à necessidade de incrementar a produção de mandioca de mesa no município, a Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia e do Agronegócio), iniciou em dezembro de 2017 o projeto Dinâmica da Mandioca, em parceria com a Embrapa/Dourados e Agraer.
Eleita pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o alimento do século 21, a mandioca é considerada uma das culturas mais antigas do Brasil, encontrada em terras brasileiras antes da chegada dos colonizadores. É um cultivar cujo investimento traz muitas vantagens. Além de ser uma planta que se propaga facilmente, que tem tolerância a períodos longos de estiagem e resistência a pragas e doenças, garante ao produtor uma boa lucratividade.
Conforme levantamento realizado pelo SENAR (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural), Mato Grosso do Sul é o 13º produtor nacional de mandioca, porém, está em segundo lugar no ranking de produtividade, possuindo 35 mil hectares plantados. O consumo per capita anual no Estado é de 23 kg, 124% maior que a média nacional que é de 10 kg.
A mesma pesquisa aponta que Campo Grande é o maior consumidor de mandioca de mesa do país, com média anual per capita de 15 kg. Porém, segundo dados atuais, 25% da mandioca de mesa consumidos na Capital vem de outros estados. Esse foi um dos motivos que levaram a Sedesc a propor a criação de um projeto visando desenvolver o cultivo de mandioca de mesa a partir de pesquisa realizada na Embrapa de Dourados sob o comando de Auro Otsubo, gerente de Transmissão de Tecnologias daquele órgão federal.
“Existe um amplo espaço para produção de mandioca no Estado, um produto cuja rentabilidade é de grande significado para o produtor”, explicou Otsubo.
Ouro da terra
Em dezembro de 2017 a Sedesc realizou o primeiro encontro entre produtores de mandioca e pesquisadores da Embrapa e da Agraer. Num workshop denominado Dinâmica da Mandioca foram levantadas as questões prioritárias para a formação de uma cooperativa com força suficiente para alavancar o importante projeto. No mesmo evento ficou definido que a Embrapa estaria pesquisando dois novos cultivares de mandioca que serão utilizados nesse projeto da Sedesc. São manivas (mudas) preparadas para o solo de Campo Grande, iniciando produção de mandioca de mesa para abastecer o mercado local.
Várias ações foram definidas nesse workshop, iniciando pela capacitação dos produtores através do Programa Negócio Rural Certo, realizado por técnicos do SEBRAE/MS, abordando associativismo e cooperativismo. A partir desse ponto o próximo passo foi criar a cooperativa de produtores, destinada a implementar um modelo sustentável de produção de mandioca com boa lucratividade e rentabilidade.
Nasceu então a Cooperativa Ouro da Terra formada por 30 cooperados da agricultura familiar do município de Campo Grande. Em atividade, a Ouro da Terra beneficia diretamente 70 famílias entre cooperados e funcionários, além de 150 famílias de maneira indireta. O local escolhido para instalação da Cooperativa foi a Cidade dos Meninos, localizada na região norte da Capital. Nesse local também foram realizadas as capacitações dos produtores envolvidos no projeto. Essa parceria com a Cidade dos Meninos é importante pelo valor do projeto social ali existente.
“A partir de agora vamos buscar recursos para incrementar definitivamente a produção de mandioca de qualidade para a mesa dos campo-grandenses. Há um olhar do prefeito para essa questão de não importar mais esse produto, atingindo auto-suficiência em mandioca de mesa nos próximos anos”, comentou o secretário Herbert Assunção da Sedesc, destacando também o valor agregado com a integração entidades/empresas/produtores/poder público em busca da auto-suficiência na produção de mandioca de mesa em Campo Grande.
Via CGNotícias
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