Com foco na gestão sustentável, Prefeitura e governo lançam o projeto hortas urbanas
15:24 21/10/2019
Alcançar a gestão sustentável e o uso eficiente dos recursos naturais, bem como reduzir o desperdício de alimentos, nos níveis de varejo e do consumidor, reduzindo perdas ao longo das cadeias de produção e abastecimento, além de alcançar o manejo ambientalmente saudável para minimizar os impactos negativos sobre a saúde humana e o meio ambiente. Estes são alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis (ODS) que a Prefeitura de Campo Grande está cumprindo com o lançamento do projeto Hortas Urbanas, programa de Agricultura Urbana, que é uma iniciativa da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e de Ciência e Tecnologia (Sedesc) e do Fundo de Apoio à Comunidade (FAC).
Lançado nesta segunda-feira (21) na Escola Municipal Fauze Scaff Gattass Filho, no Bairro Nova Campo Grande, o projeto contou com a presença do prefeito Marquinhos Trad, do governador Reinaldo Azambuja, da primeira-dama do município Tatiana Trad, da primeira-dama do Estado, Fátima Azambuja, da vice-prefeita Adriane Lopes e diversas outras autoridades.
O prefeito Marquinhos Trad frisou que os envolvidos não estão oportunizando apenas o plantio de hortifruti, mas plantando uma semente que talvez não vão encontrar na horta, que é a semente da harmonia. “Aqui está sendo plantada a semente do amor! A semente para onde nos desejamos que vocês vão, que trilhem um caminho de amor, de unidade, de família, ajudando sempre os mais pequeninos”, disse.
Já o governador Reinaldo Azambuja lembrou que o projeto vem preencher os vazios urbanos de uma cidade, tão grande como a Capital Morena, dando oportunidade e renda às famílias. “As hortas comunitárias vem ocupar os espaços vazios. E fazer essa parceria, junto com a emenda parlamentar que colocou recursos, é algo que eu não tenho duvida que vai funcionar, porque isso aqui pode gerar renda. Une os esforços em um programa que vai fomentar, que vai gerar recursos para as famílias, ensinar o que é a produção, integrar as famílias”, disse.
O projeto prevê a implantação de 200 hortas urbanas em Campo Grande até o final de 2020, criando amplas condições para produção de hortaliças saudáveis e gerando renda para entidades e para famílias campo-grandenses. Atualmente a Prefeitura de Campo Grande já mantém 80 hortas implantadas em vários pontos da Capital; mais 40 serão implantadas ainda este ano e as demais 80, em 2020.
Presidente do Conselho Gestor do Fundo de Apoio à Comunidade, a primeira-dama Tatiana Trad, acompanha os trabalhos desde o início. Segundo ela, esse trabalho além de oferecer alimentação saudável para as famílias que mais precisam, desperta o empreendedorismo como geração de renda. Desde o início da nossa gestão, além do assistencialismo emergencial, que é necessário, nós buscamos desenvolver as pessoas da comunidade, oferecendo oportunidades”, explicou.
Com a parceria da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer), o projeto capacitará os produtores que irão trabalhar com a horta e fornecer o fomento inicial como o adubo, matéria orgânica e material para construção e manutenção, mudas e sementes de hortaliças e o acompanhamento técnico periódico. A Agraer vai fornecer o adubo orgânico produzido na usina para tratamento de resíduos da Ceasa (Central de Abastecimento de Mato Grosso do Sul) inaugurada em setembro passado. Cerca de 8 toneladas do fertilizante produzido na usina será destinado para hortas urbanas da Capital.
A parceria com o Governo do Estado prevê também repasse de verba no valor de R$ 550 mil, através de emenda parlamentar do deputado federal Dr. Luiz Ovando. O deputado falou da importância de se cuidar e lavrar a terra, e ao mesmo tempo, produzir o próprio alimento. “A terra é vida, muitas vezes não valorizamos porque no Brasil temos uma extensão muito grande de terra, mas aqui vocês vão aprender a valorizar a terra, que produzirá o alimento e dará tudo que precisam: vitaminas e sais minerais”, pontuou.
META DE GOVERNO
O Programa Agricultura Urbana mantido pela Sedesc, e no qual o projeto Hortas Urbanas está inserido, é uma das metas previstas no Plano de Governo do prefeito Marquinhos Trad, vai ao encontro da Agenda 2030.
A prática da agricultura urbana que compreende o exercício de diversas atividades relacionadas à produção de alimentos e conservação dos recursos naturais dentro dos centros urbanos ou em suas respectivas periferias, surge como estratégia efetiva de fornecimento de alimentos, de geração de empregos, além de contribuir para a segurança alimentar e melhoria da nutrição dos habitantes das cidades.
Para o secretário da Sedesc, Herbert Assunção, “uma das missões da Sedesc é promover a agricultura urbana, sempre com um olhar para o pequeno produtor, que são as pessoas que mais precisam da assistência do poder público. Dessa forma, as hortas urbanas garantem a sobrevivência dessas famílias e criam ambiente favorável ao desenvolvimento sustentável no Município”, disse.
COMUNIDADE INTEGRADA
A Secretária Municipal de Educação, Elza Fernandes, falou da importância da parceria entre a Semed e a Sedesc para implantação das hortas dentro das unidades escolares. “Essa parceria é muito importante. Temos projetos na Superintendência da Semed de 22 escolas que têm as hortas. Essa parceria é importante, porque têm um suporte para ampliar as hortas, e também com a colaboração e contribuição da comunidades.”
Marídia da Silva, de 77 anos, doméstica, moradora do Jardim Carioca, que adotou um canteiro junto com seus filhos, comentou sobre a utilização do projeto e o que contribui. “Nós adotamos um canteiro e estamos em três aqui, eu e meus dois filhos, estamos plantando rúcula, couve e alface. Muita coisa boa, pela saúde, se é pra mim comprar verdura eu não dou conta mais, compro remédio e isso é muito bom para nós, meus filhos estão ocupando o mesmo canteiro que eu. Estou sempre presente na escola, quase toda quarta-feira eu colho, cuido e planto”, disse
Tânia Vital da Silva Gomes, diretora da Escola Municipal Fauze Scaff Gattass Filho, afirmou que a horta é a realização de um sonho. “Pra nós, ela representa maior qualidade de aprendizagem dos alunos, porque a gente utiliza a horta como um laboratório vivo na busca por conhecimentos e soluções para problemas”, pontuou.
A professora explicou que a horta na escola é o resgate de uma cultura esquecida pela comunidade, a volta do trabalho com a terra, retomando o gosto pelo cultivo de alimentos saudáveis. “As famílias que produzem na horta comunitária usam o espaço como uma incubadora, reatando o hábito de contato com a terra envolvendo todos os membros da família. Essas famílias cultivam as hortaliças participando do projeto “Adote seu Canteiro”, incentivado pela escola”, explicou.
A horta trouxe também tranquilidade para a direção da escola, em razão do envolvimento da comunidade no projeto. Segundo a professora Tânia, “como a comunidade está cuidando dos canteiros na horta, as famílias ajudam também a cuidar da escola. Conseguimos implantar na comunidade o sentimento de pertencimento da escola. A escola é deles, não é minha”, concluiu a diretora.
Diretor da Escola Municipal Harry Amorim Costa, Denny Miranda Moreira, se interessou pelo projeto e quer implantar o projeto em sua unidade também. “Estamos namorando há muitos anos o projeto e na nossa escola como temos espaço pequeno pretendemos fazer uma horta diferenciada chamada hidropônica ou aquaponica. Estamos atrás de parcerias técnicas para fazer um bom aproveitamento do espaço. Através dos professores queremos chamar os alunos e a comunidade. Alguns pais já se disponibilizaram para fazer parceria”, concluiu.
Via CGNotícias
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