Feriado prolongado sugere um novo turismo: vivenciar a cheia no Pantanal
12:16 28/04/2018
Com previsão de tempo seco e muito calor para os próximos dias, o feriado prolongado até 1º de maio, Dia do Trabalhador, é uma ótima oportunidade para viajar em família e conhecer os encantos de Mato Grosso do Sul.Com abundância em água, o Estado apresenta uma variedade de atrativos o ano inteiro, como pesca esportiva, trilhas a pé ou de bike, cachoeiras, escaladas, grutas, fortificações e passeios de barco e bote por rios cênicos.
Neste período do ano, uma das opções sugeridas pelos municípios que integram o Pantanal e também por agentes de viagem é vivenciar o fenômeno natural da cheia, que está em formação no bioma e tem seu pico em junho ou julho. A chegada das águas, inundando grande parte do Pantanal, não é sinônimo de catástrofe; é a renovação da vida selvagem, que culmina com o acasalamento dos animais, formação de ninhais e dos campos, a floração dos ipês…
Turismo diferenciado
Um dos melhores lugares para se aventurar nestas águas, que criam um atrativo diferenciado no Pantanal, é a Estrada Parque, em Corumbá, formada pelas rodovias MS-184 e MS-228. A unidade de conservação corta os pantanais da Nhecolândia e Abobral, uma das regiões com maior biodiversidade do ecossistema e também boa estrutura hoteleira. A baixa declividade local favorece as inundações, influenciadas pelos rios Paraguai, Miranda e Aquidauana.
“A cheia é o diferencial do nosso turismo, um atrativo muito grande”, diz o empresário João Venturini, um dos pioneiros na atividade no Pantanal, hoje trabalhando com pesca e ecoturismo. “A cheia é uma necessidade, ela limita a pecuária, uma das nossas economias, mas cria uma beleza natural sem igual, que vale a pena ser contemplada”, observa o empresário. “Pantanal sem água não é Pantanal, a seca acaba com tudo, gera até êxodo.”
A Estrada Parque, com extensão de 60 km entre a BR-262 (Buraco da Piranha) e o Porto da Manga (Rio Paraguai), conta com pousadas, hotéis-fazendas e pesqueiros, alguns concentrados na comunidade chamada Passo do Lontra, onde passa o Rio Miranda. Em processo de vazante, as águas cristalinas cruzam dezenas de pontes de madeira, pelas quais se observa aves e animais. Parada obrigatória para uma pescaria.
Compras na fronteira
A estrada de terra tem manutenção periódica pelo Governo do Estado e o acesso está liberado até o entroncamento da MS-184 com a MS-228 para veículos de passeio. Adiante, por mais 18 km, parte da pista está submersa com o transbordamento do rio Paraguai, dificultando a chegada à Manga. “Em alguns trechos a água sobre a estrada tem uma lâmina de meio metro”, alerta Luiz Mário Anache, da Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos).
A Estrada Parque, com extensão de 60 km entre a BR-262 (Buraco da Piranha) e o Porto da Manga (Rio Paraguai), conta com pousadas, hotéis-fazendas e pesqueiros, alguns concentrados na comunidade chamada Passo do Lontra, onde passa o Rio Miranda. Em processo de vazante, as águas cristalinas cruzam dezenas de pontes de madeira, pelas quais se observa aves e animais. Parada obrigatória para uma pescaria.
Do leito da Estrada Parque se observa o comportamento da água e a movimentação dos bichos, mas a estrutura turística local oferece pacotes especiais, que incluem safaris, em carros altos e com guias, e cavalgadas. Esta atividade é ideal para observar a fauna. Na cheia, os animais, incluindo a onça-pintada, se concentram nas cordilheiras (áreas mais altas) e o passeio a cavalo leva o turista a um contato mais próximo com esse ambiente surpreendente.
Ainda em Corumbá (distante 420 km a Oeste de Campo Grande), o visitante tem um leque de opções, como: pesca esportiva em botes ou barcos-hotéis e tour pelo centro histórico da cidade. Outra opção para o feriado prolongado é a compra na fronteira, em Ponta Porã. A pesca esportiva é um dos principais atrativos de Miranda, Aquidauana, Porto Murtinho e Coxim, cuja piscosidade de seus rios atrai pescadores de todas as regiões do Brasil.
As águas da Bodoquena
A pesca na bacia do Rio Paraguai é liberada de 1º de março a 5 de novembro, à exceção dos rios onde permanentemente é proibida, sendo permitida por pescador amador a cota de captura de dez quilos e mais um exemplar de qualquer tamanho (desde que não seja inferior à medida definida para cada espécie), e ainda cinco piranhas. O pescador deve portar sua licença de pesca, caso contrário será autuado pela Polícia Militar Ambiental (PMA).
Conforme a legislação, a pesca não é permitida em qualquer natureza (exceto para pesquisa científica autorizada) nos rios Salobra (municípios de Miranda), da Prata (Bonito e Jardim) e Nioaque (Nioaque e Anastácio) e no córrego Azul (Bodoquena). A pesca amadora e profissional é proibida a menos de 200 m de cachoeiras, barragens, corredeiras e escadas de peixes. O pesque-solte é permitido nos rios Perdido, Abobral e Negro (em trecho limitado).
As formações rochosas, as cachoeiras e a água cristalina de seus rios tornaram a região da Serra da Bodoquena um dos principais polos de ecoturismo do mundo, atraindo milhares de turistas a Bonito, Bodoquena e Jardim. Outros municípios despontam para esse turismo de natureza, como os da região Norte, destacando-se Costa Rica, e vale a pena visita-los. O mapa turístico elaborado pela Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur-MS) inclui 47 municípios.
Via: Governo MS
Comente esta notícia
compartilhar